domingo, 31 de maio de 2009

Nosso último encontro presencial





Olá meninas do Espírito Santo!

O nosso último encontro foi muito bom, não é mesmo? E aqui há provas disso! Vejam só as fotos e relembrem os bons momentos...
Abraços para todas!
Tatiana

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Alfabetização sem receita e receita de alfabetização

Receita de alfabetização
Pegue uma criança de 6 anos e lave-a bem. Enxágüe-a com cuidado, enrole-a num uniforme e coloque-a sentadinha na sala de aula. Nas oito primeiras semanas, alimente-a com exercícios de prontidão. Na 9ª semana ponha uma cartilha nas mãos da criança. Tome cuidado para que ela não se contamine no contato com livros, jornais, revistas e outros perigosos materiais impressos.
Abra a boca da criança e faça com que engula as vogais. Quando tiver digerido as vogais, mande-a mastigar, uma a uma, as palavras da cartilha. Cada palavra deve ser mastigada, no mínimo, 60 vezes, como na alimentação macrobiótica. Se houver dificuldade para engolir, separe as palavras em pedacinhos.
Mantenha a criança em banho-maria durante quatro meses, fazendo exercícios de cópia. Em seguida, faça com que a criança engula algumas frases inteiras. Mexa com cuidado para não embolar.
Ao fim do oitavo mês, espete a criança com um palito, ou melhor, aplique uma prova de leitura e verifique se ela devolve pelo menos 70% das palavras e frases engolidas. Se isso acontecer, considere a criança alfabetizada. Enrole-a num bonito papel de presente e despache-a para a série seguinte.
Se a criança não devolver o que lhe foi dado para engolir, recomece a receita desde o início, isto é, volte aos exercícios de prontidão. Repita a receita tantas vezes quantas forem necessárias. Ao fim de três anos, embrulhe a criança em papel pardo e coloque um rótulo: aluno renitente.

Alfabetização sem receita
Pegue uma criança de 6 anos ou mais, no estado em que estiver, suja ou limpa e coloque-a numa sala de aula onde existam muitas coisas escritas para olhar e examinar. Servem jornais, livros, revistas, embalagens, propaganda eleitoral, latas vazias, caixas de sabão, sacolas de supermercado, enfim, vários tipos de materiais que estiverem a seu alcance. Convide as crianças para brincarem de ler, adivinhando o que está escrito: você vai ver que elas já sabem muitas coisas.
Converse com a turma, troque ideias sobre quem são vocês e as coisas de que gostam e não gostam. Escreva no quadro algumas das frases que foram ditas e leia-as em voz alta. Peça às crianças que olhem os escritos que existem por aí, nas lojas, nos ônibus, nas ruas, na televisão. Escreva algumas dessas coisas no quadro e leia-as para a turma.
Deixe as crianças cortarem letras, palavras e frases dos jornais velhos e não esqueça de mandá-las limpar o chão depois, para não criar problema na escola.
Todos os dias, leia em voz alta alguma coisa interessante: historinha, poesia, notícia de jornal, anedota, letra de música, adivinhações.
Mostre alguns tipos de coisas escritas que elas talvez não conheçam: um catálogo telefônico, um dicionário, um telegrama, uma carta, um bilhete, um livro de receitas de cozinha.
Desafie as crianças a pensarem sobre a escrita e pense você também. Quando elas estiverem escrevendo, deixe-as perguntar ou pedir ajuda ao colega. Não se apavore se uma criança estiver comendo letra: até hoje não houve caso de indigestão alfabética. Acalme a diretora se ela estiver alarmada.
Invente sua própria cartilha. Use sua capacidade de observação para verificar o que funciona, qual o modo de ensinar que dá certo na sua turma. Leia e estude você também.
Bibliografia: CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e Letrar: um diálogo entre a teoria e a prática. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. p.132-133.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Reforma Poética!

2009 é o ano da Reforma Ortográfica.

Em casos como AUTOESTIMA,

o hífen cai.
A sua é que não pode cair.

Em algumas palavras,
o acento desaparece,
como em FEIURA.
Aliás, poderia desaparecer a palavra toda.

O acento também cai em ideia,
só que dela a gente precisa.
E muito.

O trema sumiu em todas as palavras,

como em inconsequência,

que também poderia sumir do mapa.

Assim, a gente ia viver com mais TRANQUILIDADE.

Mas nem tudo vai mudar.

ABRAÇO continua igual.

E quanto mais apertado, melhor.

AMIZADE ainda é com "z",
como vizinho, futebolzinho, barzinho.

Expressões como "EU TE AMO" continuam precisando de ponto.

Se for de exclamação, é PAIXÃO, que continua com "x",

como ABACAXI, que, gostando ou não,

a gente vai ter alguns para descascar.

Solitário ainda tem acento,
como Solidário,
que só muda uma letra, mas faz uma enorme diferença.

CONSCIÊNCIA ainda é com SC, como SANTA CATARINA,
que precisa tocar a vida pra frente.

E por falar em VIDA,
bom, essa muda o tempo todo,
e é por isso que emociona tanto.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Visitem esse site!

Caras tutoras, esse site da Positivo oferece várias sugestões interessantes: planos de aula, atividades, projetos, artigo, acordo ortográfico...


www.euamoensinar.com


Bom trabalho!
Tatiana

Uma contribuição da tutora Adriana Bonatto!

O Traje

Nunca nos lembramos desse nosso traje cotidiano que é a linguagem. Muitos a usam como trapos, mas se tomassem consciência disso, ligeiro tratariam de melhorar, caprichar, conseguir uma vestimenta mais adequada.
Por que será que somos displicentes com esse instrumento tão nosso, o que mais empregamos, aquele que até crianças e analfabetos manejam a vida inteira?
Talvez nos tenhamos acostumado demais com ele. É demasiadamente nosso como um braço, um olho, e nunca chegamos a nos dar realmente conta de que esse braço é meio curto, o olho meio vesgo, ou míope...
Não falo na linguagem oral, nessa comunicação espontânea que obedece a leis próprias, que vão do menor esforço à coerção social. Falo na linguagem escrita, essa que os analfabetos não manejam, mas que muito doutor esgrime como se não soubesse além da cartilha... [...]
Pontuação? Ninguém sabe. Vírgulas parecem derramadas pela página por algum duende maluco, que quisesse brincar de fazer frases ambíguas, pensamentos tortos, expressões esmolambadas.
Verbos? “Detei-vos”, “intervido”, mantesse”, são mimos constantes. Não há sujeito que concorde com verbo numa página de fio a pavio. Lá pelas tantas um ouvido deseducado, um escriba relaxado, solta as maiores heresias.
E a ortografia? Acreditem ou não, ainda agora ouço universitários e professores afirmando que “acento, para mim, não existe mais!” [...]
Todas essas pessoas: estudantes, professores, jornalistas, intelectuais, morreriam de vergonha se fossem apanhados em público de cuecas ou trapos. Mas, olhe lá, a linguagem de muita gente boa por aí não vai além de uma tanguinha de Adão, e muito mal colocada... deixa à mostra um bom pedaço de vergonha.

Lya Luft. Matéria do Cotidiano.
Porto Alegre, Grafosul/IELRS; 1978.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Com os cumprimentos de Drummond

Feliz Dia das Mães para todas as mamães do Pró-Letramento!

Canção amiga

Eu procuro uma canção
em que minha mãe se reconheça,
todas as mães se reconheçam,
e que fale como dois olhos.

Caminho por uma rua
que passa em muitos países.
Se não me vêem, eu vejo
e saúdo velhos amigos.

Eu distribuo um segredo
como quem ama ou sorri.
No jeito mais natural
dois carinhos se procuram.

Minha vida, nossas vidas
formam um só diamante.
Aprendi novas palavras
e tornei outras mais belas.

Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Contribuição da tutora Luciene, de Conceição do Castelo, no Espírito Santo...

Ler
é o melhor remédio.
Leia jornal
leia outdoor
leia letreiros da estação de trem
leia os preços no supermercado
leia alguém.
Ler
é a maior comédia.
Leia etiquetas jeans
leia histórias em quadrinhos
leia a continha do bar
leia a bula de remédi o
leia a página do ano passado
perdida no canto da pia
enrolando chuchus.
Leia livrinhos de santos
leia orações para as almas
leia carteira de motorista
leia receita de torta
leia os muros pichados
leia o papel de nescau
leia o discurso do político
leia a Branca de Neve
leia o catálogo telefônico
o bilhete do pivete no ônibus
a conta de luz
o filme pornô
o Manual do Contribuinte.
Leia o poema de seu colega
o pedido de grana emprestada
a sua reprovação...
Leia a carta de amor
o recado da faxineira
o plano monetário do ano.
Leia a vida.
Leia os olhos, leia as mãos
os lábios e os desejos das pessoas.
Leia a interação
que ocorre ou não
entre física, geografia, informática,
trabalho, miséria e chateação.
Leia as impossibilidades.
Leia ainda mais as esperanças.
Leia o que lhe der na telha
mas le ia
e as idéias virão.